Eu sou pai.

Eu vi nascer 3 crianças.

Tive a experiência de acompanhar o nascimento gestacional, e é sublime o modo como a vida se cria.

Mas não foi isso que me fez pai.

Nós nascemos muitas vezes durante a vida. Vir à luz pela graça de nossas mães é somente o início da jornada.

Antes de acompanhar o nascimento de um filho desde a concepção, eu já era pai.

Eu que sou pai biológico e pai de coração aprendi uma lição fundamental:

Pai é uma expressão de uma conexão que não exige vínculo consanguíneo, mas que desvela o amor incondicional. Atenção no significado deste termo: “sem condição”.

É comum em algumas tradições que a palavra “pai” também seja utilizada para se referir a uma pessoa que ocupa uma posição de cuidado, orientação, guiança.

É também a palavra designada para se referir à Deus em tradições religiosas.

O que podemos compreender disto é que o significado de ser “pai” não está restrito a uma pessoa que gerou ou está criando filhos em um ambiente familiar.

Pois “ser pai” expressa um gesto, uma ligação, uma entrega ao outro. Faz despertar um amor que não necessita de formas, contratos ou parentesco.

Pude aprender esta lição e procuro zelar desta compreensão com meus filhos, mas também com àqueles que passam pelo meu caminho de vida e que cuido.

Vejo que “pai” é o arquétipo mais profundo que um homem precisa compreender nesta vida. Não é necessário ter filhos para isto. “Ser pai” é o poder do cuidado e da orientação. É o poder da entrega, do amor incondicional. Assim, também é o poder da união, de agregar seus “filhos” em uma só tribo. O pai é o guia amoroso que fortalece nossos vínculos.

Esse é o papel do pai. Ser pai é assumir a responsabilidade desta missão.