Este espaço é uma maneira simples e direta de me comunicar com vocês, interessados em assuntos de psicologia e educação ou que fazem parte da rede de cuidados que esta clínica proporciona. Não tenho atualizado com a frequência que gostaria devido a demanda de atendimentos e do meu mestrado. Então farei experiências com textos mais curtos, pensamentos que possam ser pertinentes e que – assim espero! – estimulem reflexões.

 

Vivemos um tempo desafiador, certamente. Caminhando pela cidade tenho percebido humores não tão convidativos. Expressões sérias, carregadas de preocupações. Estamos cansados e temos como justificar isso de muitas formas. É claro que a pandemia influí, mas esse balanço não tem uma só via. Estamos sentindo o chão tremer e nos sentimos vulneráveis. Cada um sabe o que está carregando, o que precisa suportar.

 

Não é a primeira nem será a última crise coletiva. Mas precisamos lembrar que, essencialmente, viver já é um exercício constante de busca por sentido, o que por si já representa em nós algo como um caminhar diante do desconhecido, um vazio que nos assombra, questionando o que é que estamos fazendo aqui.

 

Assombrados pelo medo de perder a mão de nossa própria existência, por vezes queremos apenas nos sentar onde estamos mesmo, com um teto seguro para nos proteger, apegados ao que temos e nada mais. Mas esta é só mais uma ilusão que o medo condiciona… Não temos como fazer a roda do tempo parar, nem agarrar o que temos, perpetuando nossos apegos.

 

Se aquilo que nos apegamos escorre entre os nossos dedos como areia, se prestarmos bem atenção, ainda temos nossas mãos para criar. Temos o sopro da vida para nos animar. Lembrar de si é cuidar de si. Só temos a nós mesmos para prosseguir. Você está cuidando de si?